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Obra seleccionada no “Habitar 2003 – 2005” , Mapei e Ordem dos Arquitectos

 

Novo Cemitério de S. Roque, Pico, Açores
Obra seleccionada no “Habitar 2003 – 2005”
Mapei e Ordem dos Arquitectos

 

Estamos no mês de Novembro…

Há dias questionando-me sobre o porquê do cemitério novo, do lado da terra, nunca ter sido utilizado, ao menos que se saiba, pesquisei e pesquisei na internet e encontrei este precioso texto abaixo identificado que, segundo creio pertence ao autor do projecto do mesmo e cito:

“... desenhar um cemitério na ilha do Pico... O espaço localiza-se em frente ao velho cemitério, e abre-se sobre a vista do canal da ilha de S. Jorge. A atitude projectual emerge dos muros de pedra vulcânica que ladeiam a estrada que o liga a S. Roque. O desafio é reinventar o conceito e torná-lo gerador de uma qualidade espacial diferente das vivências enraizadas, apaziguando emoções e sentimentos. O novo cemitério de S. Roque do Pico, propõe uma solução arquitectónica que rompe radicalmente com a imagem do cemitério tradicional. Depois de uma reflexão conjunta com a edilidade, foi delineado com um desenho simultaneamente mimético e complementar às estruturas arquitectónicas e vivenciais do lugar. A opção de edifício – jazigos, concentra e economiza a área dos espaços de inumação, libertando para o desenho os outros espaços que constituem o cemitério... a praça de acolhimento de chão de basalto, os muros de pedra aparelhada por mestres, os planos brancos que escondem os serviços do primeiro olhar, depois o espaço da capela com o prado e as plantas de cheiros que acompanham o edifício de inumação com frentes de madeira... é propor um silêncio rasgado só pelo barulho do mar.” (Arq. Carlos Fazenda) post em 19.Abril.2010 – in http://arquitecturadecemiterios.blogspot.com.

Depois fui à procura do que já era do meu conhecimento superficial, já que no início do mandato da presidência do Eng. Manuel Joaquim, enquanto vereador, ele me havia pedido para encetar o primeiro contacto com a firma que projectava este tipo de obra – Cemitério com nichosdecomposição aeróbia e também encontrei a seguinte informação: “Decomposição Aeróbia – Sistema Duwe – O corpo humano transformado em cadáver sofre uma série de profundas alterações, por acção de causas internas e externas até ao desaparecimento total da matéria orgânica. A estas transformações dá-se pois o nome de decomposição cadavérica. A decomposição cadavérica é influenciada por vários factores entre eles as condições particulares do cadáver: idade, sexo, peso, constituição física e doença que provocou a morte. Isto para além dos factores externos como sejam a situação e forma de inumação e o clima do local da mesma. A presença de oxigénio acelera a decomposição. Desta constatação surgiu o sistema de Decomposição Aeróbia que consiste num processo, que permite a presença de ar na inumação. Com base neste sistema de decomposição surgiu o SISTEMA DE DECOMPOSIÇÃO AEROBIA DUWE.”

Esta pequena explicação serve tão-somente para que se perceba, que este tipo de nichos existem há vários anos em Portugal e no resto do mundo e tem imensas vantagens ambientais. Claro que sei perfeitamente que estou tratando um tema por demais melindroso e que é muitas vezes tornado tema tabu (proibido falar-se nele).

Assim sendo e para dar alguns passos em frente, no entendimento e na assimilação deste novo processo de cemitério, chamemos-lhe assim, o Decreto-Lei nº 411/98, veio consignar importantes alterações à legislação então em vigor, sobre direito mortuário, bem como as Normas, sobre esta matéria, do Instituto Português da Qualidade – www.ipq.pt aprovadas em 2007.10.08. Adianto pois exemplos de cemitérios com este tipo de nichos de consumpção aeróbia (acto ou efeito de consumir o cadáver por um processo que utiliza o oxigénio): Cemitério da Freguesia do Estoril, concelho de Abrantes, Almada, Sendim (Matosinhos) -  neste último, além das tradicionais campas existem 180 nichos de decomposição aeróbia (uma espécie de sepultura em caixas de cimento embutidas no chão – gavetas ao alto), que facilita a decomposição dos corpos, como é o caso do nosso cemitério novo de São Roque. Agora o que é preciso é a regulamentação da sua utilização o que, segundo nos dizem e nem o duvido, deverá estar a ser devidamente ponderada pela nossa edilidade, mas que era já tempo de se começar a utilizar aquela infraestrutura, sem imposições, lá isso era…

 

 

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